O Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro Campinas) repudia veementemente as declarações xenofóbicas cometidas por alunos da faculdade de Direito da PUC-Campinas esta semana. As declarações, endereçadas aos nordestinos após o 1º turno das eleições de 2022 – pelo fato de a região Nordeste ter dado ampla votação ao candidato à presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) -, causam repulsa e indignação a este sindicato e à sociedade em geral.
A xenofobia, que essa ação representa, além de ser crime previsto em lei, representa a agressividade, a intolerância e o ódio criado nos últimos anos e que querem consolidar no país. Portanto, as graves ofensas proferidas no áudio divulgado pela imprensa e as ameaças feitas contra um estudante nordestino daquela mesma universidade, não podem ser enquadradas como “liberdade de expressão”.
Repudiamos episódios como este continuem ocorrendo em nosso país, sobretudo dentro de ambiente universitário, locus privelegiado de debates democráticos e constituem territórios do saber e da diversidade. O valoroso povo nordestino deu inestimável contribuição à economia, à cultura e à própria conformação do Estado de São Paulo e do Brasil. O Nordeste brasileiro é rico sob muitos aspectos e historicamente compromissado com a democracia.
Esperamos que, ao final da sindicância instalada pela Reitoria da PUC-Campinas e depois de comprovada a autoria dos áudios vazados, a universidade não demore em tomar medidas rígidas contra os estudantes que cometeram os atos xenófobos. É fundamental que haja punição exemplar, para que crimes desta natureza sejam desestimulados e não voltem a se repetir no ambiente acadêmico.
O Brasil não pode mais conviver com a intolerância, o discurso de ódio, o racismo, a misoginia, a homofobia e a xenofobia que dividem a nação e nos impedem de avançarmos, unidos, rumo ao progresso e ao desenvolvimento humano.
Pela Democracia, pela vida e pela educação!
Campinas, 7 de outubro de 2022
Diretoria do Sinpro Campinas e Região