Cerca de 200 professores e professoras da rede Sesi/Senai participaram, na manhã de hoje (28), da primeira assembleia presencial realizada na sede do Sinpro Campinas e Região depois da pandemia. Estiveram presentes delegações de docentes empregados nas unidades de Campinas, Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Piracicaba, Limeira e Araras.
Na ocasião, foram discutidas e deliberadas, entre outras pautas, a continuidade da campanha salarial – aprovada por unanimidade – e a autorização para o desconto em folha da taxa assistencial do sindicato – aprovada por ampla maioria.
Nas palavras da presidente do Sinpro Campinas, Conceição Fornasari, a adesão dos professores às propostas da entidade foi “altamente positiva” e irá contribuir para o fortalecimento da luta sindical nos próximos anos. “Os sindicatos estão passando por um período de grande instabilidade, graças à destruição causada pela reforma trabalhista do governo Temer e pelos quatro anos de bolsonarismo. Mas os professores mostraram que estão conscientes de que os sindicatos necessitam de recursos financeiros para continuar lutando pelos direitos da categoria”, afirmou.
Além da presidente, participaram da mesa as diretoras Paola Fernanda Guidi, Daniela Zanchetta e Maria Clotilde Lemos Petta. Em suas falas, destacaram o tema do reajuste salarial, cujas negociações se encontram em curso, e sua relação com a retomada do campo democrático à frente do governo federal. Todas concordaram que a “ameaça do fascismo” é uma realidade, inclusive dentro das salas de aula, e precisa ser combatida como forma de salvaguardar o trabalho e a integridade dos docentes.
“Se hoje podemos estar aqui reunidos, depois de uma dura pandemia e de um governo autoritário, é porque resistimos e vivemos em uma sociedade que, apesar dos pesares, valoriza a democracia. Temos que lutar para preservá-la”, disse Paola.
“A perseguição do governo anterior aos sindicatos, causou reflexos na redução dos sindicalizados e na queda da ajuda financeira das entidades. A adesão dos professores na assembleia de hoje é uma resposta a quem achou que poderia derrotar o movimento sindical”, disse Daniela.
“Estamos saindo de um período de trevas, inaugurado por um governo fascista e antidemocrático, para retomar as rédeas da democracia, ainda que imperfeita. No atual contexto, voltamos a ter condições de negociar com os patrões – e isso é auspicioso. Porém, não podemos baixar a guarda: a extrema direita tem avançado em todo o mundo e no Brasil tem cometido inclusive atentados contra escolas”, disse Maria Clotilde.
No final da assembleia foi aprovada a redação de uma carta, em nome da categoria, em defesa de democracia e contra a exploração do trabalho.
A professora Maria Cláudia Lourenço, do Sesi de Santa Bárbara D’Oeste, destacou a condução da assembleia pela presidente e pelas diretoras. “A explicação da diretora Paola, em especial, foi muito clara e objetiva. A assembleia tratou de questões pertinentes e me senti bem representada e acolhida pelo sindicato”.
O professor Lucas Roberto Nascimento, do Sesi de Limeira, esteve no Sinpro Campinas pela primeira vez e, além de elogiar a infraestrutura da sede, disse que saiu da assembleia “muito satisfeito com o nível de organização e de comprometimento do sindicato para com as demandas da categoria”.
Para Tatiane Rodrigues, também professora do Sesi Limeira, a preocupação do Sinpro para com docentes que lidam no cotidiano com alunos deficientes a surpreendeu positivamente. “Este é um tema pouco abordado e que nos preocupa muito: o da falta de estrutura e de material humano adequado para trabalhar com alunos especiais em sala de aula. Saber que o sindicato está atento a isso me deixou mais tranquila”, disse.
Todos os sindicalizados foram agraciados com a Agenda 2023 do Sinpro Campinas, que este ano destaca os lutadores e lutadoras do Brasil. Mais de 30 professores aproveitaram para se sindicalizar.