Uma grande exposição do fotógrafo João Zinclar (foto), inaugurada ontem (4), poderá ser vista até o dia 17 de abril ao longo da Rua 13 de Maio, no Centro de Campinas. Zinclar, que morreu há dez anos em um acidente rodoviário, foi um dos mais importantes documentaristas dos movimentos sociais, culturais e políticos do Brasil. Sua obra, estimada em mais de 250 mil imagens, hoje está resguardada no Arquivo Edgard Leuenröth, situado na Unicamp.
Apesar de ser gaúcho, nascido no município de Rio Grande, Zinclar escolheu Campinas para viver e, por isso, grande parte de sua obra foi produzida na cidade. Além de fotógrafo era metalúrgico e dirigente sindical. Dentre as fotos que retratam a luta dos trabalhadores campineiros, constam imagens de manifestações em prol da democracia no Largo do Rosário, cenas do cotidiano nos acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), greves de operários e professores, passeatas de estudantes, e eventos culturais, como a Lavagem da Escadaria da Catedral, promovida anualmente pela comunidade negra no Sábado de Aleluia – algumas dessas fotos estarão expostas no trajeto do cortejo dos adeptos do candomblé no próximo dia 8 de abril.
Segundo o coletivo gestor do Acervo João Zinclar, uma roda de conversa sobre o trabalho que o fotógrafo desenvolveu sobre o Rio São Francisco (publicado em livro em 2009), será realizada no Armazém do Campo, em Barão Geraldo, em data a ser confirmada na semana que vem. No dia 14, a Câmara Municipal de Campinas fará uma homenagem a João Zinclar.