Entendam: a onda de ataques e violência gratuita crescente são um projeto. Não é obra do acaso.

Quanto mais medo e ódio produzem mais seu projeto nazifascista vence: muita gente boa, sensata, consciente clamando por polícia armada em porta de escola.

Daí é um passo para a população exigir polícia dentro da escola e finalmente: que a própria escola seja militarizada. 

Depois vem o quê? Curso de tiro pra professores e alunos? Venda de armas em massa? Ora, esse é o projeto de quem mesmo? Eis a armadilha. Em pouco tempo teremos muita gente boa dizendo: “Ééé, o Bolsonaro tinha razão!”

Quem estuda história sabe. A estratégia é velha e sedutora porque mexe com sentimentos muito profundos em nós: de preservação. Atacar as crianças com uma machadinha não é aleatório, quer mandar um recado direto: “Não adianta proibirem as armas, nós vamos machucar vocês do mesmo jeito, ninguém está a salvo!”

Quem viu Guerra nas Estrelas – A ascensão do Império – conhece muito bem o enredo: o Mal promove levantes e caos em vários lugares do sistema, cria um clima de medo e horror e depois se apresenta como “a solução” de “pacificação”. Mas para isso precisa de plenos poderes porque a democracia “é lenta e burocrática” demais. 

A “democracia” morre com uma salva de palmas e surge um sistema totalitário que extermina toda e qualquer oposição – e todos aqueles que lhe conferiram tal poder. 

Em uma das cenas mais tristes do filme, praticamente um rito de passagem, o jovem Anakin, ataca uma escola Jedi e mata as crianças. Ali ele morre também e o grande vilão Vader nasce. A arte traduz a vida.

Precisamos ter cuidado para não sermos sequestrados pelo medo e ódio, e clamarmos por um mundo ainda mais violento e opressor.

Não é solução, de forma alguma, transformar escolas em presídios, encher escolas com gente armada, transformar professores em pistoleiros. 

Solução é caçar impiedosamente todas as células nazifascistas, criar leis muito mais severas para incitação ao ódio e punições ainda mais severas para as fake news, e investir pesadamente na Educação das novas gerações para que cresçam sabendo que o nazifascismo é um projeto inadmissível, que corrói nossa civilidade e humanidade. Polícia para quem precisa de polícia: ou seja, os criminosos. 

Nossa luta será imensa.

Porque odiá-los é fácil. 

E é exatamente isso que eles querem: que o ódio vença. 

Andréa Serpa é professora

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