A violência atingiu novos níveis de devastação na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, com forças de ocupação realizando massacres que deixaram pelo menos 33 mortos e 118 feridos. Entre as vítimas, 30 foram mortas e outras ficaram feridas durante um bombardeio direcionado a duas escolas no bairro de Al-Nasr, que abrigavam pessoas deslocadas, e um grupo de palestinos no bairro de Al-Zaytoun.
As escolas Ansar e Hassan Salama foram alvo de aviões de guerra, resultando na morte de dezenas de pessoas, cujos corpos foram levados ao Hospital Batista da cidade. Segundo a Defesa Civil, 30 cadáveres foram recuperados dos escombros das escolas, e 16 pessoas ainda estão desaparecidas. Além disso, um ataque nas proximidades do Hospital de Al-Aqsa em Deir Al-Balah matou cinco pessoas e feriu outras.
O impacto humanitário dessas ações é devastador. Dr. Majed Abu Ramadan, Ministro da Saúde da Palestina, alertou sobre uma iminente catástrofe epidemiológica, com surtos de hepatite epidêmica, doenças respiratórias e infecções bacterianas. Há também um risco crescente de um surto de poliomielite.
Tortura de prisioneiros e colonização
A violência não parou aí. Três palestinos foram assassinados em um bombardeio de drones no leste da cidade de Gaza, e a Comissão para Assuntos de Prisioneiros documentou depoimentos sobre o sofrimento dos detidos na prisão israelense de Ofer, descrevendo um quadro de tortura física e psicológica.
Enquanto isso, na Cisjordânia e em Jerusalém, as forças de ocupação continuaram suas operações, fechando áreas, prendendo jovens e permitindo a entrada de colonos na Mesquita de Al-Aqsa sob proteção policial.
Além dos ataques diretos, a Comissão de Resistência ao Muro e aos Assentamentos relatou 1.110 ataques durante o mês de julho, realizados tanto por forças de ocupação quanto por colonos israelenses. Esses ataques, concentrados principalmente em Hebron, Nablus e Jerusalém, incluíram execuções, destruição de árvores, confisco de propriedades e demolição de moradias.
Em Jerusalém ocupada, dois jovens palestinos foram assassinados, 127 foram encarcerados e 76 operações de demolição e arrasamento foram realizadas. Os ataques resultaram na destruição de 970 árvores e na apropriação de 450 hectares de terras palestinas.
Hakan Fidan, Ministro de Assuntos Exteriores da Turquia, destacou a necessidade urgente de atenção internacional para o genocídio em Gaza, criticando o bloqueio de ajuda humanitária e a contínua violência. A Turquia confirmou que apresentará oficialmente sua petição para se juntar ao caso de genocídio da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) na quarta-feira.
Andrea De Domenico, da ONU, e Catherine Russell, da UNICEF, também expressaram profunda preocupação com o sofrimento físico e psicológico da população de Gaza, especialmente das crianças.
A situação é igualmente grave para os jornalistas. Jodie Ginsberg, diretora executiva do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, relatou a morte de mais de 100 jornalistas e a detenção arbitrária de muitos outros, destacando a censura e a falta de acesso à informação independente.
Fonte: Vermelho