A resposta é peremptória e já compõe o título deste texto; e precisamos ainda mais dos sindicatos sérios, de luta, precisamente (e obviamente) os mais atacados por todos os lados pelo patronato. Há muitos que discutem a necessidade de existência dos sindicatos hoje, considerando-os tão anacrônicos quanto uma máquina de escrever ou um telex – será possível, dizem, que uma instituição do século retrasado possa permanecer no ultramoderno mundo do capitalismo e do empreendedorismo, onde somos cada vez mais livres para negociar com o patronato e obter daí as benesses para trabalhadoras e trabalhadores?
Ora, colegas, para quem não vive em estado ilusório e tem os olhos suficientemente abertos, tais justificativas de “liberdade” soam ofensivas. Recordemos rapidamente os fatos que permeiam o Brasil e o mundo ocidental (no caso do Brasil, muito mais fortemente desde o golpe de 2016): uma crise perversa solapa países a décadas, ancorada na destruição de direitos trabalhistas e “flexibilização” das leis trabalhistas, contratos temporários ao invés de carteiras assinadas, terceirização, demissões em massa, rebaixamento de salários, e, no caso de educadores, acresce a isso assédio moral, excesso de trabalho, salários indecentes, perseguição política nos tenebrosos anos 2019-2022 fazendo adoecer inúmeros e demitir injustamente muitos, ensalamento, sistemas de ensino que pretendem substituir a nós, mestres e mestras, atraso de salários, planos de carreiras solapados, quando não inexistentes, depreciação de títulos de especialização e pós-graduação…
A lista é longa, e pode-se contar com a certeza de que seria muito maior sem a atuação de sindicatos sérios, caros colegas! Somos o incômodo do patronato, a pedra afiada no pesado e gasto sapato do ultraliberalismo, e hemos de sê-lo com sincero gosto! Calculem os colegas o que seria negociar diretamente com o patronato, todos os anos, aumentos de salário, cestas básicas, licenças, atestados médicos, PLR, à mesma mesa? Sejamos sinceros: teriam todos os colegas, a depender da instituição aonde lecionam, a audácia de exigir direitos com a porta da rua “convidativamente” escancarada, sem intermediários, e tendo de conhecer muito bem a legislação trabalhista que ainda nos resta? Sejamos ainda mais sinceros: nossa categoria é unida a tal ponto?
Mestres e mestras: é o sindicato que assume para si essa missão de lutar pelos direitos do coletivo, ainda que alvejado sem pausa dia após dia, reunião após reunião de negociação. Sindicatos não operam milagres e também perdem, mas as conquistas que obtêm não são poucas.
Precisamos do sindicalismo sério ainda mais nesses tempos em que se pretende uberizar a tudo e a todos, vendendo a absurda ilusão de que todos e todas, um dia, seremos nossos próprios patrões sem os “obstáculos” de direitos adquiridos a muito custo, ou que festejaremos a cada 1º de maio, champanhe nos copos, os excelentes acordos com os patrões, ávidos de diminuir os próprios lucros em prol de uma vida digna de seus “colaboradores”- quê?!?
Pretende o colega, a colega, se deixar enganar alegremente? Encolher-se e aceitar a diminuição cada vez mais feroz de nossa profissão?
Caso a resposta a isso seja não, o convite está feito: junte-se ao Sinpro!
Unidos, somos fortes!

Alexsandro Sgobin é professor e diretor de educação do Sinpro Campinas e Região

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