As queimadas que afetam o Brasil atualmente têm gerado impactos devastadores não apenas na Amazônia, mas em diversas regiões do país, como o Pantanal, São Paulo e áreas protegidas como a Chapada dos Veadeiros e a Chapada dos Guimarães. A gravidade da situação é tamanha que a nuvem de fumaça, originada principalmente na Amazônia, está se espalhando pelo Brasil e pode alcançar até países vizinhos, como Argentina e Uruguai.

Para entender melhor essa crise ambiental, o Entrelinhas Vermelhas entrevistou Eron Bezerra, doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, engenheiro, professor de meteorologia e climatologia, e ex-secretário nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Para ele, a situação é clara: há uma política criminosa de incêndios com o objetivo de desestabilizar o governo. Bezerra compara essa articulação criminosa com os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. “O objetivo é tornar o país ingovernável para facilitar a tomada de poder”, adverte.

Eron Bezerra argumenta que a crise das queimadas não se resume apenas a uma questão ambiental, mas envolve uma conotação política muito mais profunda. “Há uma articulação política para desestabilizar o governo, especialmente em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP em 2025”, afirma. Ele reforça que essa situação visa desacreditar e desmoralizar o atual governo, que busca adotar uma postura ambientalista em contraponto à política de desmatamento do governo anterior.

Apesar da seriedade da questão ambiental, Bezerra reconhece que o governo Lula enfrenta dificuldades em usar o discurso ambiental a seu favor. “Infelizmente, o governo não pode utilizar esse discurso, já que as queimadas em 2023 são 120% maiores em comparação com 2022”, lamenta.

Seca sem precedentes na Amazônia
Eron Bezerra destaca que o Brasil enfrenta uma das maiores secas de sua história, especialmente na Amazônia. “Nós estamos convivendo com a maior seca da história, e isso tende a se agravar ainda mais até o final de outubro”, alerta Bezerra. Ele explica que essa seca extrema já está estrangulando centenas de comunidades na região amazônica, particularmente no estado do Amazonas, isolando-as e dificultando o fornecimento de suprimentos.

Como solução, Bezerra coordena um projeto na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para levar energia solar a essas comunidades, visando reduzir sua dependência de logística e combustíveis poluentes. “Além de não ser poluente, essas comunidades jamais terão dependência de estrangulamento de logística, uma vez que o sol vai sair permanentemente nessa região”, explica o especialista.

As queimadas: causas naturais e criminosas
Embora as condições climáticas adversas, como a seca e a baixa umidade, sejam propícias para incêndios naturais, Eron Bezerra aponta que uma parte significativa das queimadas atuais tem origem criminosa. Ele denuncia um aumento expressivo nos focos de incêndio desde o início do governo Lula, em comparação com o governo Bolsonaro, que incentivava abertamente o desmatamento e queimadas. “Temos um Ministério do Meio Ambiente atualmente com uma política muito restritiva em relação ao uso de recursos naturais, e misteriosamente as queimadas aumentam”, observa Bezerra.

Ele também revela um cenário alarmante no campus da UFAM, onde criminosos foram flagrados ateando fogo dentro de uma área de 600 hectares de floresta urbana. “Se dentro do campus da UFAM está ocorrendo isso, imagine o que acontece na imensidão da Amazônia e do Pantanal”, lamenta.

Fonte: Vermelho

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