Várias cidades brasileiras registraram atos na última sexta-feira (15) pelo fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho e um de folga). Os atos foram convocados pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e contaram com a adesão da sociedade civil organizada em capitais como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza e Recife.

Em Campinas, o ato teve concentração na Estação Cultura e contou com cerca de 500 participantes. Houve passeata pelas ruas do Centro e encerramento com discursos no Largo do Rosário. Políticos do campo progressista e sindicatos, entre eles o Sinpro Campinas e Região, estiveram presentes para apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais.

A mobilização nacional para o feriado da Proclamação da República teve como objetivo chamar a atenção da sociedade pelo fato de que o fim da jornada 6×1 pode melhorar a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores brasileiros, como já vem ocorrendo em outras partes do mundo.

No ato em Campinas, Guida Calixto, vereadora pelo PT, destacou que “quando a classe trabalhadora se organiza, nossas pautas históricas ganham mais força”. Para Gustavo Petta, do PCdoB, a conquista das assinaturas é apenas o início de uma longa jornada até a aprovação. A proposta conta com assinaturas de 206 deputados até o momento, sendo necessárias ao menos 171 para ser protocolada. Este, no entanto, é apenas o início da discussão, pois a PEC ainda será avaliada por comissões e, caso aprovada, terá de passar também pelo crivo do Senado.

Em contraponto ao desejo dos trabalhadores, setores da oposição, especialmente ligados ao empresariado, criticam a medida, argumentando que a redução da escala de trabalho irá “prejudicar a economia”. Para Conceição Fornasari, presidente do Sinpro Campinas e Região, o argumento “não faz sentido e é comparável ao argumento dos que diziam, no passado, que o décimo terceiro e o direito às férias iriam quebrar as empresas e gerar crise econômica”.

Ainda segundo ela, trata-se de uma demanda antiga dos trabalhadores. “Não faltam exemplos internacionais de casos em que a redução da jornada de trabalho aumentou a produtividade das empresas. Isso sem falar no bem-estar dos funcionários. Profissionais que têm tempo livre para a família e para si mesmo, rendem mais no trabalho – e todos saem ganhando com isso”, diz.

Foto: Henrique Brazão

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