União contra o golpismo e pela democracia
Assistimos com espanto e indignação as revelações da Polícia Federal sobre a trama golpista que tinha como objetivo nada menos que assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o vice-presidente e ministro da indústria, Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. O caso extrapola a definição, já grave, de conspiração política, e avança para o crime organizado e para o terrorismo.
Ainda mais grave quando pensamos que esses elementos estiveram no poder, comandando o governo federal sob a presidência de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2023.
Grave também constatar que essa cultura da barbárie, do desrespeito às normas de convívio social, à Constituição e até da vida contaminou parte da população que se dispõe a atuar como agentes dos golpistas como se viu nos acampamentos pós eleição, queima de ônibus em 12/12/2022, no ataque e depredação aos poderes em 08/01/23 e no ato terrorista contra o STF no dia 13/11/2024, em Brasília.
Os acontecimentos revivem a triste memória do golpe de 1964, que iniciou um regime de terror, com perseguições, repressão, torturas, assassinatos, arrocho salarial e aumento da dívida externa.
É preciso fortalecer o STF, os órgãos de justiça e as regras eleitorais. Fortalecer, sobretudo, o projeto nacional de desenvolvimento, com inclusão social, geração de empregos de qualidade e com direitos, engajando cada vez mais a população em um permanente aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito.
É preciso dar celeridade as investigações para conhecer a extensão do plano de golpe e saber quem são todos os envolvidos. É preciso punir de forma exemplar para liquidar a escalada autoritária daqueles que não aceitaram perder as eleições.
Sem anistia aos golpistas!
A democracia, reconquistada a duras penas em 1985, e a Constituição de 1988 devem ser cultivadas a cada dia.
Democracia, democracia, democracia!
São Paulo, 21 de novembro de 2024
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
Nilza Almeida, Secretária geral da INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora