Desde 2022, a Itália vive sob um governo de ultradireita liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, do partido Fratelli d’Italia (FDI), herdeiro político do fascismo mussoliniano. Seu governo tem promovido cortes de direitos, restrições à liberdade sindical e medidas anti-imigração que afetam até mesmo cidadãos italianos e seus descendentes no exterior. Diante desse cenário, sindicatos e movimentos sociais organizaram um referendo popular, marcado para 8 e 9 de junho, que visa revogar cinco medidas consideradas ataques ao mundo do trabalho e à cidadania.

Entre os milhões de italianos e descendentes convocados a votar está o professor Fábio Patelli, diretor de Convênios do Sinpro Campinas e Região, que possui dupla cidadania. Para ele, a mobilização antifascista é uma questão de sobrevivência democrática: “Regimes autoritários atacam primeiro os direitos dos professores. Não podemos ser omissos, porque o que acontece na Itália hoje pode inspirar retrocessos no Brasil amanhã. A luta contra o fascismo é internacional”, afirma.

O que está em jogo no referendo?

O referendo, organizado pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), inclui cinco questões:

Fim das demissões sem justa causa (que atingem 3,5 milhões de trabalhadores);

Fim do teto de indenizações em pequenas empresas (que mantém 3,7 milhões em situação precária);

Redução da precarização (2,3 milhões têm contratos temporários sem garantias);

Mais segurança no trabalho (a Itália registra 3 mortes por dia em acidentes laborais);

Facilitação da cidadania (redução de 10 para 5 anos de residência para estrangeiros).

Ataques aos direitos e o papel da solidariedade internacional

O governo Meloni aprovou recentemente o Decreto-Lei 36/25, que restringe o direito à cidadania por descendência, afetando milhões de italianos no exterior. Além disso, sindicatos denunciam a criminalização de protestos e a perseguição a imigrantes. Filippo Ciavaglia, dirigente da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), alerta: “Meloni governa como uma fascista. Ela proíbe greves, prende sindicalistas e corta direitos. Se não reagirmos, outros países seguirão o mesmo caminho”.

A mobilização global contra o fascismo ganha força justamente porque retrocessos em um país ecoam no mundo todo. Como lembra Patelli, “quando a educação e os sindicatos são atacados, é sinal de que a democracia está em perigo. Por isso, nossa luta não tem fronteiras”.

A votação ocorre dias 8 e 9 de junho. Italianos e descendentes devem ficar atentos aos materiais enviados por correio pela CGIL. A democracia não se defende sozinha – é preciso união internacional.

Com informações da CGIL e do Instituto Nazionale Confederale di Assistenza (INCA).

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