
O Sinpro Campinas e Região alerta com veemência: está em curso, no Congresso Nacional, uma nova e grave ofensiva contra os direitos sociais, os serviços públicos e o projeto de país por que lutamos. Em votações relâmpago, conduzidas pela direita e pela extrema-direita, Câmara e Senado aprovaram a revogação do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), medida que havia sido adotada pelo governo federal como forma de financiar políticas sociais e investimentos em infraestrutura.
Esse ataque ao IOF não é um episódio isolado. É mais um movimento articulado por forças conservadoras que atuam para sabotar qualquer tentativa de justiça fiscal no país. O que está em jogo é a sustentação de um modelo econômico que serve aos interesses de uma elite financeira intocável — um modelo que condena os trabalhadores a arcar, sozinhos, com os custos da máquina pública enquanto os super-ricos seguem isentos de contribuir com sua parte.
Os números não mentem. Segundo a Oxfam, desde 2015, o 1% mais rico do planeta acumulou mais de 33 trilhões de dólares em riqueza extra — dinheiro suficiente para acabar com a pobreza extrema global mais de 20 vezes. Essa obscena concentração de renda só é possível porque os sistemas tributários, inclusive o brasileiro, seguem poupando os que mais têm e penalizando os que vivem do trabalho.
No Brasil, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made/USP) demonstrou, com base em dados históricos, que reformas tributárias progressivas são benéficas para a economia. Taxar os mais ricos e aliviar os que têm menor renda pode aumentar o PIB em até 3,8% em dois anos e gerar empregos. Ainda assim, o Congresso emperra a tramitação da proposta de reforma do Imposto de Renda enviada pelo governo, que isenta quem ganha até R$ 5 mil e cobra modestos 10% de alíquota sobre rendas acima de R$ 50 mil. A razão? A blindagem vergonhosa de uma minoria privilegiada, que muitas vezes não paga sequer um centavo sobre lucros e dividendos milionários.
É o mesmo consórcio político que tenta, nos bastidores, desvincular os pisos constitucionais da saúde e da educação, enfraquecer os benefícios previdenciários, inviabilizar a luta pelo fim da escala 6×1 — bandeira fundamental do plebiscito popular em curso — e desidratar qualquer agenda de reconstrução nacional.
Professores e professoras: essa conjuntura exige alerta permanente e mobilização ativa. O Sinpro se soma aos movimentos sociais, às entidades estudantis, aos fóruns populares e às frentes sindicais que seguem na defesa de um país justo, soberano e democrático. É preciso barrar esses retrocessos, fortalecer o projeto eleito democraticamente em 2022, ampliar o apoio social ao governo e exigir do Banco Central a redução urgente da taxa básica de juros — hoje uma das mais altas do mundo, travando o crescimento e aprofundando desigualdades.
Não nos calaremos diante do desmonte dos direitos sociais. O momento é de unidade e ação. Reafirmamos nosso compromisso com a educação pública de qualidade, com o emprego digno, com a justiça tributária e com um Brasil para todas e todos — e não apenas para os de cima.
O Sinpro convoca toda a categoria docente a se manter mobilizada. Nenhum direito a menos. Nenhum privilégio a mais.
Diretoria do Sinpro Campinas e Região