
Em mais um capítulo da longa e desgastante recuperação judicial da Rede Metodista de Educação (RME), os sindicatos filiados à CONTEE, incluindo o Sinpro Campinas e Região, Sinpro ABC, Sinpro Minas, Sinpro-JF e Sinpro-Rio, obtiveram importantes vitórias contra as práticas abusivas do grupo. A Administradora Judicial (AJ) e o juízo responsável pelo caso finalmente endureceram suas posições, atendendo às denúncias históricas feitas pelas entidades sindicais.
Deságio de 40%: proposta indeferida
O Grupo Metodista tentou impor um deságio (desconto) de 40% sobre os créditos trabalhistas vencidos em dezembro de 2025, oferecendo pagamento antecipado apenas para quem aceitasse a perda. A AJ rejeitou a proposta, destacando que:
- Não há previsão no plano de recuperação judicial para esse tipo de negociação, que lembra um “leilão reverso”, prejudicando os trabalhadores.
- Existem atrasos nos pagamentos já previstos no plano, com apenas 10,17% dos valores devidos quitados até agora.
- A medida quebra a igualdade entre credores, beneficiando apenas alguns e ignorando os demais.
A AJ também exigiu que o Grupo Metodista regularize os pagamentos atrasados antes de propor qualquer nova negociação.
Tentativa de venda de imóveis barrada
A Associação da Igreja Metodista (AIM) tentou vender imóveis sem autorização judicial, descumprindo decisões anteriores. Os sindicatos denunciaram a manobra, e a AJ determinou que a AIM não pode alienar bens sem aprovação prévia do juiz, reforçando a proteção aos credores.
Perícia avança contra irregularidades
O juiz responsável pela recuperação judicial também negou o pedido da RME para suspender uma perícia que investiga o descumprimento do plano. A medida é crucial para comprovar as irregularidades apontadas pelos sindicatos ao longo dos últimos quatro anos.
Sindicatos seguem na luta
A nota conjunta das entidades (leia aqui) celebra as decisões, mas reforça a necessidade de vigilância: “Antes tarde, do que nunca!”. O Sinpro Campinas e Região e as demais entidades continuarão pressionando para que os direitos dos trabalhadores sejam integralmente respeitados, sem concessões a manobras financeiras do Grupo Metodista.
Dados do processo:
- Passivo trabalhista: R$ 542,9 milhões (aumento de 31% desde 2021).
- Credores: 10.640 trabalhadores e administrativos.
- Pagamentos atrasados: R$ 287 mil em verbas salariais e parcelas.
A luta continua!