
Neste domingo (7), quando o Brasil celebra 203 anos de Independência, milhares de pessoas voltarão a ocupar as ruas em todo o país. Em pelo menos 23 estados e no Distrito Federal, os atos organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, pelo Fórum das Centrais Sindicais e pelo tradicional Grito dos Excluídos e Excluídas prometem dar outro significado à data.
Em sua 31ª edição, o Grito volta a se contrapor ao desfile cívico-militar, trazendo para o centro do 7 de Setembro as vozes do povo trabalhador. Com o lema “7 de Setembro do Povo – quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, as manifestações levantam bandeiras como a defesa da soberania nacional, o combate aos tarifaços de Donald Trump sobre produtos brasileiros, a taxação dos super-ricos e a redução da jornada de trabalho sem corte de salários.
Não por acaso, os atos acontecem às vésperas do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O recado é claro: soberania e democracia não se negociam — e não haverá espaço para anistia aos golpistas, como tenta emplacar a base bolsonarista na Câmara dos Deputados.
Segundo as entidades organizadoras, estão confirmados 34 protestos em 32 cidades. Além das mobilizações, também será realizada a coleta de votos do Plebiscito Popular, que consulta a população sobre propostas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, maior taxação dos super-ricos, o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.
Em Campinas, a programação começa com concentração no Largo do Pará, a partir das 9h30. A caminhada seguirá pelas ruas logo após a descida da última escola ou entidade no desfile oficial. “Este é o momento de mostrar que o Brasil não pertence à extrema direita. O patriotismo verdadeiro está nas mãos do povo, que exige justiça social, democracia e soberania”, afirma Conceição Fornasari, presidenta do Sinpro Campinas e Região.
UNE lança campanha nacional
A União Nacional dos Estudantes (UNE) terá papel destacado nesta jornada. A entidade lançou nesta semana a campanha “Brasil com S de Soberania”, denunciando os riscos da privatização de setores estratégicos, da financeirização da economia, da precarização da educação e da tentativa da extrema direita de sequestrar símbolos nacionais para legitimar projetos autoritários.
A presidenta da UNE, Bianca Borges, destaca que este 7 de Setembro é também uma batalha simbólica: “Queremos mostrar quem são os verdadeiros patriotas, ocupar as ruas com o verde e amarelo que representa soberania, direitos e futuro para o povo brasileiro”.
Foto: Agência Brasil