Num dos discursos mais contundentes já feitos por um presidente brasileiro na tribuna da ONU, Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou, nesta terça-feira (23/9), a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, para denunciar as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e reafirmar, diante de 193 países, a defesa intransigente da soberania nacional e da democracia brasileira.

Sem citar diretamente o presidente Donald Trump, Lula fez um pronunciamento carregado de recados claros à Casa Branca. Ele vinculou a “debilidade” e o “enfraquecimento” da ONU às ações unilaterais dos EUA contra o Brasil, classificando as sanções e sobretaxas impostas como “atentados à soberania” e “intervenções arbitrárias”. “Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quarenta anos pelo seu povo”, disse o presidente, em tom firme.

O discurso ocorreu um dia depois de Washington anunciar nova rodada de punições contra cidadãos brasileiros, incluindo a esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, Viviane Barci, e o ministro da AGU, Jorge Messias. As sanções – que vão do cancelamento de vistos à aplicação da Lei Magnitsky – foram interpretadas pelo governo como retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e à postura inflexível de Lula em não ceder às pressões de Trump.

Lula transformou o palco da ONU em trincheira política contra o autoritarismo. Criticou os “falsos patriotas” que atuam no exterior contra o próprio país – numa referência indireta a Bolsonaro e a Eduardo Bolsonaro, acusado de interceder junto ao governo americano para ampliar as sanções –, reafirmou a lisura do processo judicial contra o ex-mandatário e defendeu o Judiciário brasileiro: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”.

Além de denunciar as medidas unilaterais dos EUA, o presidente destacou ações do seu governo, como a lei contra a adultização de crianças e a regulação das plataformas digitais, defendendo que a internet “não pode ser terra sem lei”. “Regular não é restringir a liberdade de expressão. É garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no ambiente virtual”, afirmou, em mais um contraponto à agenda trumpista.

No plano internacional, Lula reforçou seu compromisso histórico com o multilateralismo, o combate ao aquecimento global, a ampliação do comércio mundial e a defesa do Estado Palestino, assumindo, novamente, a condição de liderança global do Sul Global. O discurso, que já é visto como marco do terceiro mandato, reaproxima Lula de sua imagem de estadista e sinaliza que o Brasil não aceitará intimidações externas nem abrirá mão de um papel ativo na reorganização da ordem internacional.

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