Apenas em Campinas, 12,8 mil professores da rede estadual se afastaram por problemas de saúde mental no período 2014-2024, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Educação de São Paulo (SEDUC). Os dados das redes municipais e particular não serão menos preocupantes se forem apresentados, com doenças como depressão, stress e burnout no topo da lista de causas de afastamento. Também é sabido que as condições de trabalho docente vêm sofrendo franca deterioração ao longo do tempo, por variadas causas, e que se saiba que não são poucos os casos de docentes das escolas e redes particulares que simplesmente continuam a trabalhar doentes, pelo receio de uma demissão.

É situação grave e lamentável, a exigir atenção imediata por um mínimo de respeito aos profissionais da educação, mas o senhor Tarcísio de Freitas (novamente ele) opta por ignorar redondamente isso e aplicar mais uma penalidade aos professores, coerente com a sanha fascista e autoritária da qual se alimenta, primando por vigiar e perseguir ao invés de ajudar a classe docente: agora se trata de diminuir compulsoriamente a carga horária de professores da rede pública de São Paulo que tomarem licença por motivos de doença, pasmem. Real o bordão que ouvimos repetidamente em conversas com colegas: “sequer se pode adoecer…”.

O governador parece dizer, com mais essa medida, que todos estamos a fingir doenças para evitar entrar em sala de aula, fazendo uma generalização bastante típica da “análise” baixa e chã do seu espectro politico-ideológico sobre as coisas, sem sequer levar em conta que adoecer não é algo que se faz com gosto; e fique claro que ninguém nega que há prejuízo pedagógico para os estudantes quando se ausentam os professores, mas Tarcísio, de olho em projetos políticos maiores, quer agradar seus possíveis eleitores sugerindo uma profunda preocupação com a educação no estado que assumiu (sem sequer conhecer devidamente), sem surpresa alguma culpando parte dos problemas por…professores que adoecem.

Pois pergunte ao professorado, aos estudantes e ao povo, governador, a situação da educação no Estado nos dias que correm – coragem!, e nos traga os resultados, sem embelezamentos para bonitas propagandas eleitoreiras. Haveremos de ver a paisagem real, se é tão ensolarada como diz Feder e seus “powerpoint melhorando o ensino nas salas de aula”.

Bom lembrar que é o mesmo Feder que promete demitir diretores e dirigentes regionais que não batam a “meta”, acreditando piamente (e sim, ele acredita, e nada há de elogioso aqui, pode-se estar certo) que escolas devem ser tratadas como empresas.

Dessas visões e ações tacanhas, minúsculas em sua inteligência, mas vastas em sua mediocridade e em suas discutíveis intenções, vem se fazendo o caminho traçado pelo senhor Tarcísio e seu fiel Feder na educação, na velhíssima caça às bruxas que se tornou basilar no fazer-acontecer de tintas fascistas. E algumas das “bruxas” do governo do senhor Tarcísio, para citar alguns exemplos, são os progressistas, sindicalistas, democratas…

…e você, colega.

Ou poderá restar ainda alguma dúvida disso?

Alexsandro Sgobin é professor e diretor do Sinpro Campinas e Região

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