Neste 15 de outubro, Dia da Professora e do Professor, multiplicam-se discursos oficiais exaltando a importância do magistério para o País. Mas a verdade é que boa parte desses discursos não passa de retórica vazia. Enquanto as homenagens se repetem ano após ano, a realidade vivida por quem ensina segue marcada pela desvalorização, pela precariedade e pelo descaso do poder público.

Os números falam por si. No Brasil, somos mais de 2,3 milhões de docentes, sendo mais de 1,8 milhão na rede pública. Em São Paulo, o número de professoras e professores na rede estadual ultrapassa 190 mil, embora já tenha sido maior. Quase metade desse contingente vive em condição de insegurança: são temporários, sem estabilidade e sem garantias básicas de carreira. Isso em um estado que concentra a maior arrecadação do país — e que, mesmo assim, corta investimentos em educação enquanto protege interesses de grandes grupos econômicos.

Não é diferente para quem está na rede privada, onde a pressão por produtividade, metas desumanas e tentativas de desregulamentar direitos trabalhistas também fazem parte da rotina docente. Em ambos os casos, o que se vê é um projeto deliberado de desvalorização do trabalho docente, que busca transformar a educação em mercadoria e silenciar vozes críticas dentro da sala de aula.

Como se não bastasse, professoras e professores convivem com o avanço da intolerância e do ódio político, incentivados por setores que enxergam a educação pública como obstáculo — e não como caminho — para o desenvolvimento nacional. A falta de segurança, a ausência de funcionários de apoio, as salas superlotadas e a plataformização do ensino completam um cenário que fragiliza a autonomia pedagógica e ataca a liberdade de ensinar e aprender.

Mas a docência resiste. E resiste porque nenhuma tecnologia substitui a potência transformadora de um professor comprometido com a formação humana e crítica. É na relação direta, no diálogo e na construção coletiva do conhecimento que se forma uma sociedade mais justa, democrática e independente.

O Sinpro Campinas e Região representa as professoras e os professores da rede privada, mas nossa luta ultrapassa os muros das escolas particulares. Defendemos, com convicção, a educação pública de qualidade como pilar do desenvolvimento nacional, da soberania e do fortalecimento da democracia.

Neste 15 de outubro, queremos celebrar, mas também queremos respeito, valorização profissional, condições dignas de trabalho e investimento efetivo na educação. Porque celebrar o magistério é, acima de tudo, lutar pelo futuro do País.

Sindicato dos Professores - Campinas e Região

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