O palco do Sinpro Campinas e Região tem abrigado mais do que professoras interessadas em artes cênicas: tem sido o espaço de reencontro com o movimento e a descoberta. Desde 2024, o Sindicato se tornou a nova casa do Grupo de Teatro Arteiros, coletivo formado por pessoas com mais de 50 anos, cuja trajetória mistura paixão pela arte e compromisso social. A parceria integra as ações culturais do Sinpro enquanto Ponto de Cultura, título conquistado recentemente e que reconhece o Sindicato como espaço de valorização artística e de transformação social.

“Fomos recebidos de uma forma muito gentil e acolhedora pela Diretora de Cultura Maria Clotilde, onde fechamos o uso do espaço do Sinpro para nossos ensaios. Rapidamente o Sinpro se transformou na nossa casa, nossa família”, conta Carmen Freitas, diretora teatral e coordenadora do grupo.

Um grupo nascido do amor pela arte

A história do Arteiros começou em 2007, quando Carmen foi convidada por Kátia Stancato, do Programa UniversIDADE da Unicamp, a criar uma turma de Jogos Teatrais voltada a pessoas acima dos 50 anos. O resultado foi imediato: “Durante a primeira turma e primeira montagem, os alunos pediram para continuarmos e desde então nasceu o grupo”, recorda.

Após o fim da oficina da Unicamp, em 2017, o grupo seguiu de forma independente, mas enfrentou dificuldades logísticas e financeiras até encontrar no Sinpro Campinas e Região um porto seguro. A aproximação ocorreu em 2022, por iniciativa da professora e integrante Marlene Arruda, que levou a proposta à Diretoria de Cultura.

“Alugamos espaços em 2022 e 2023, o que onerou financeiramente o grupo. Foi então que a Marlene teve a ideia de conversar com o Sinpro. A acolhida foi imediata”, relembra Carmen. Com o apoio da entidade, o grupo passou a ensaiar na sede sindical, usufruindo de um ambiente estruturado, acessível e acolhedor. “Ter um espaço sempre organizado e limpo, com banheiros, café e estacionamento, nos permite focar em nosso desenvolvimento como atores e produtores culturais”, afirma a diretora.

Com o fomento do Ponto de Cultura, parte das horas de trabalho da oficineira pôde ser remunerada, garantindo mais estabilidade e continuidade às atividades.

Teatro, educação e vida

Mais do que um grupo de teatro, o Arteiros se define como um espaço de aprendizado e convivência. A cada montagem, os integrantes exploram temas sociais, políticos e humanos — muitos deles voltados a escolas e projetos comunitários.

“Nossas escolhas são direcionadas pela necessidade do público que atendemos”, explica Carmen. “Produzimos muitos infantis porque somos convidados por escolas e ONGs que atendem crianças. Também já criamos roteiros autorais, como um sobre amamentação em parceria com a Rede Amamenta Campinas, e outro baseado no livro Descarrego, de Juliana Rabelo.”

O grupo já se apresentou em escolas, hospitais, ONGs e até em um assentamento, onde a experiência foi especialmente marcante. “O olhar da comunidade muda, se amplia e começa a perceber as possibilidades de um corpo não mais jovem, mas potente, cheio de criatividade e capacidades”, relata. “Somos, muitas vezes, o primeiro contato do público com o teatro.”

Para os próprios integrantes, o impacto é profundo. “O teatro contribui fortemente na saúde física, mental e social”, afirma Carmen. “Na saúde mental, mantém as aptidões de memória e cognição; na social, fortalece vínculos afetivos e amizades. Somos muito unidos.”

Um novo capítulo como Ponto de Cultura

O reconhecimento do Sinpro Campinas e Região como Ponto de Cultura, em 2024, amplia ainda mais o alcance dessas experiências. Os Pontos de Cultura integram uma rede nacional vinculada à Política Nacional Cultura Viva, que valoriza as ações culturais de base comunitária e descentraliza o acesso à arte.

Com o novo fomento, o Sindicato realiza uma série de oficinas abertas — de Canto Coral, Danças Circulares, Teatro e Clube de Leitura — e prepara um grande Sarau do Sinpro para o segundo semestre, reunindo participantes de todas as atividades.

“Com o apoio do Ponto de Cultura é possível pensar e executar ações mais estratégicas para a sustentabilidade e os avanços do grupo”, projeta Carmen. “Pretendemos ampliar nossa comunicação, atrair novos integrantes e concorrer em editais culturais.”

A diretora de Cultura do Sinpro, Maria Clotilde Lemos Petta, destaca que esse é um momento simbólico para o Sindicato: “O reconhecimento como Ponto de Cultura reforça nosso compromisso com a arte e a educação como pilares da vida social. A cultura tem um papel essencial na formação crítica dos professores e no fortalecimento de nossa categoria.”

Arte que acolhe e transforma

As portas seguem abertas para novos integrantes: basta ter mais de 50 anos e disposição para subir ao palco. “Durante a aula experimental, o interessado experimenta as práticas e, se desejar, passa a integrar o grupo”, convida Carmen.

Com novos planos, o Arteiros se prepara para apresentar seu trabalho em instituições e eventos culturais entre o fim de 2025 e o primeiro semestre de 2026 — coroando uma trajetória que começou de forma simples, mas que hoje inspira toda uma rede de educadores, artistas e cidadãos.

Quer participar das atividades do Ponto de Cultura do Sinpro Campinas e Região? Ligue para (19) 3256-5022 e informe-se sobre as oficinas abertas.

Sindicato dos Professores - Campinas e Região

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