NOTA DE REPÚDIO
No dia de ontem, a fachada da sede do Sindicato dos Professores de Macaé e Região (Sinpro Macaé) amanheceu vandalizada com tintas verde e amarela, aplicadas grosseiramente sobre as paredes, portas e janelas do imóvel.
Como bem disse o sindicato-irmão, em nota oficial, esse ato de vandalismo nada tem de inocente ou democrático. Trata-se de uma ação realizada pela extrema-direita local, que “imita os atos dos Camisas Negras do Fascismo Italiano e dos Camisas Pardas do Nazismo Alemão contra todos os que discordavam de seus discursos e sua política destrutiva durante a ascensão do Fascismo na Europa.”
O Sinpro Campinas e Região corrobora a tese e faz um alerta às autoridades e à sociedade em geral quanto ao avanço da violência política contra minorias e militantes de esquerda e da proliferação da retórica autoritária, anticientífica e falsamente religiosa em nosso país. Permitir a normalização do comportamento extremista, que rasga o tecido social em nome de causas imaginárias, é flertar perigosamente com a possibilidade de repetirmos um passado de triste memória, marcado por ditaduras, massacres e genocídios.
Derrotado na eleição presidencial do último domingo, o bolsonarismo tem dado demonstrações de que seguirá tentando incendiar o país com ameaças e agressões a opositores e atos antidemocráticos, como bloqueios de rodovias com o intuito de disseminar o caos e reivindicar a intervenção das Forças Armadas. A tática não é original: foi testada antes pela extrema-direita latino-americana, em vários momentos da história de nosso continente no século XX. Mais uma vez, não passarão.
Nós, sindicalistas, professoras e professores, somos a favor da educação, da vida e da democracia. Repudiamos toda e qualquer movimentação de cunho autoritário que ameace a Constituição Cidadã – base dos vínculos sociais estabelecidos no Brasil em 1988 – e exigimos que as autoridades de Macaé investiguem e punam os responsáveis pelo atentado contra o Sinpro daquele muncípio.
Palavras de Conceição Fornasari, presidente do Sinpro Campinas e Região: “Toda a nossa solidariedade classista ao Sinpro Macaé e Região, à sua diretoria e aos docentes associados. Estamos juntos na luta em defesa da democracia e do estado democrático de direito. Eles são ruidosos, mas não são a maioria. Nós, o povo brasileiro, rechaçamos o fascismo nas urnas e iremos rechaçar nas ruas. Sintam-se abraçados fortemente e estejam certos de que seguiremos firmes e fortes, empunhando a bandeira dos trabalhadores.”
Campinas, 4 de novembro de 2022
Diretoria do Sinpro Campinas e Região