Em assembleia realizada no último dia 13 de abril, que deliberou sobre a campanha salarial do Ensino Superior, o Sinpro Campinas e Região rejeitou a contraproposta patronal apresentada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior No Estado de São Paulo (Semesp). A decisão foi tomada de forma unânime por todos os sindicatos que compõem a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp).
Nas palavras de Conceição Fornasari, presidente do Sinpro Campinas, a contraproposta salarial das instituições privadas do ensino superior é “inaceitável” e “impossível de ser levada em consideração”. Os motivos principais, segundo ela, é que as mantenedoras “ignoram uma série de fatores: a inflação de 2022, metade da inflação de 2023 e a totalidade da sentença normativa – que ainda nem foi julgada”.
Além disso, conforme a dirigente sindical, os patrões “desconsideram cláusulas que são muito caras à categoria, tais como: regulamentação do ensino híbrido, do ensalamento, das aulas virtuais e do direito de imagem, voz e produção acadêmica dos professores”. Para Fornasari, a insistência da Semesp em não ceder às reivindicações dos sindicatos “indica que elas (as mantenedoras) não irão negociar a inflação de 2024”.
Ela afirma ainda que os grandes conglomerados educacionais do ensino superior privado “têm condições de pagar o justo porque continuam obtendo lucros exorbitantes”. A resposta “padronizada”, que recorre à “crise econômica” para justificar a sua posição irredutível na mesa de negociações, faria parte de uma “ação nacional coordenada para retirar direitos, não regulamentar a educação e não repor sequer a inflação nos salários”.
Os professores, por meio de seus sindicatos, reivindicam o reconhecimento da sentença normativa do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de novembro de 2022, que determinou reajuste salarial de 10,78% e reposição das perdas da inflação de março de 2022 a fevereiro de 2023. “O Semesp se recusa a seguir a determinação da Justiça”, diz a presidente do Sinpro Campinas.
Devido ao impasse, as negociações continuarão. Duas novas reuniões entre a Fepesp e a Semesp estão marcadas para as próximas semanas. “Vamos sentar novamente para conversar, mas seguiremos irredutíveis quanto ao cumprimento da lei. Não estamos pedindo nada além do nosso direito”, conclui Conceição Fornasari.