O ex-presidente Jair Bolsonaro presta depoimento à Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (26), no inquérito que investiga os atos de golpistas ocorridos em 8 de janeiro. O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última semana, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os investigadores acreditam que uma postagem feita pelo ex-presidente no dia 11 de janeiro pode ligar aos atos golpistas, já que a publicação questionava o sistema eleitoral sem apresentar provas.
A PGR solicitou o depoimento de Bolsonaro enquanto ele ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por três meses após deixar o governo. Com sua volta ao Brasil em 30 de março, Moraes ordenou a marcação da audiência. O ex-mandatário também prestou depoimento à PF sobre o caso das joias sauditas apreendidas com sua equipe de governo.
Os investigadores da PF devem questionar se há conexões entre Bolsonaro e financiadores de caravanas para os atos, bem como outras pessoas envolvidas nos ataques. A operação da PF sobre o caso também envolveu Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro.
A polícia também deve explorar o silêncio do ex-presidente diante à mobilização de golpistas acampados em frente aos quartéis-gerais do Exército, incluindo o de Brasília, de onde saíram os extremistas em 8 de janeiro.
Além disso, a PF investiga a proximidade de Bolsonaro com Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança do Distrito Federal, que está preso há mais de três meses sob acusação de omissão e conivência com os ataques golpistas. Embora tanto Torres quanto Bolsonaro estivessem nos EUA no dia da invasão, ambos negam ter se encontrado ou tratado do assunto.
Durante a oitiva, Bolsonaro estará acompanhado por três pessoas: seus advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, e Fábio Wajngarten. O ex-chefe da Secom é também advogado e, por isso, conseguiu ser incluído no grupo.
Fonte: Vermelho