Colegas, direto ao assunto: eleitores de São Paulo acharam por bem colocar no governo do Estado uma personagem, no mínimo, duvidosa. Apoiador do ex-presidente sobre o qual pesam variados crimes, e cuja presença em eventos que não sejam da “bolha” extremista que criou causam constrangimento, o ex-militar Tarcísio de Freitas começa a mostrar a que veio, e sua sacola de maldades vem é pesada. Destino de verbas de ridículo montante para áreas importantes (exemplo: de outrora R$59 bi para o Fumefi, o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento da Região Metropolitana de São Paulo, Tarcísio destinará…R$40,00. Não será muito, governador? Os municípios não saberão o que fazer com tanto dinheiro!…), tentativas repetidas de diminuir câmeras no fardamento policial (considere o leitor, a leitora, qual a razão para isso, e a razão é péssima), reerguimento da ideia de criar escolas cívico-militares (afinal, crianças e jovens marchando e executando ordem unida nos levará ao topo da educação mundial, não é assim?), privatizações e a antiga e conhecida violência policial saindo às claras mais uma vez (vide as agressões na Alesp e a prisão de militantes).

À falta de Bolsonaro, reduzido a uma sombra mal vista e pior considerada, o voto do “conservador”, do fundamentalista religioso, do analfabeto político e do extremista trouxeram até nós uma de suas crias, que veio trazendo na bagagem o caldo bolsonarista: discurso fascista, chauvinismo, simpatia às milícias, desprezo pelo serviço público, ojeriza à liberdade de cátedra nas escolas e Universidades, misoginia, ideário pobre e ódio.

Péssima escolha!

Pois vamos ao que muito nos interessa, naturalmente: não se espere de Tarcísio políticas eficientes para as salas de aula, mas antes nos preparemos para a ingerência, a “vigilância conservadora”, o tolher da liberdade de ensinar a aprender, males que já enfrentamos nos deploráveis anos do “governo” de Jair Bolsonaro, a terceirização, o ataque aos direitos adquiridos, “contratos”, fechamento de salas e o consequente ensalamento nas escolas públicas. Enfim, a deterioração daquilo que já muito sofre de rachaduras no corpo cansado! É preciso dizer, ainda, do “material didático” que o referido governador tentou passar para as escolas, com erros grotescos e sob um bem azeitado acordo com o senhor Feder e sua Multilaser?

Por coincidência (…), Feder também é secretário de Educação do governo Tarcísio, notem.

Assim, colegas progressistas e que não têm medo de ensinar e aprender com liberdade de pensamento, crítica e debate, temos anos de intensa luta pela frente: inaceitável reviver o bolsonarismo, cuja gana de devastação no ensino plural é bem conhecida! Inaceitável deixar que a ideologia fascista finque suas raízes ainda mais fundo e ataque, esmague e tudo faça para tentar imbecilizar o terreno que é do conhecimento, da dúvida, do diálogo, laico e baseado na Ciência, o terreno riquíssimo das salas de aula e espaços de aprendizagem.

Seu sindicato formou, forma e formará ao lado das educadoras e educadores progressistas, sem recuos, sem ceder um só milímetro desse terreno de descobertas aos bastiões do vilipêndio e destruição de tudo quanto é diferente, vivo e criativo.

O retrocesso não vingará! À luta, colegas!!

Alexsandro Sgobin é professor e diretor do Sinpro Campinas e Região

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