Na manhã desta quinta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciaram o lançamento do Plano Juventude Negra Viva. Com a participação de 18 ministérios e um investimento total de R$ 665 milhões, o plano visa implementar 217 ações para enfrentar as vulnerabilidades sociais enfrentadas pela juventude negra brasileira. A escolha da data não foi aleatória, marcando o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Durante a cerimônia de lançamento, realizada em Ceilândia, no Distrito Federal, o presidente Lula destacou a importância do plano como um compromisso concreto para garantir que a juventude negra tenha acesso à segurança, educação, lazer e emprego de qualidade. Ele ressaltou a preocupação com a alta letalidade de jovens negros e criticou os ataques racistas enfrentados pelo jogador de futebol Vini Jr. na Espanha, destacando que o racismo ainda persiste na sociedade.
“Todos os dias pessoas negras, crianças, jovens, adultos e idosos são vítimas de múltiplas violações de direitos que nós, poder público e sociedade, não podemos aceitar”, apontou. “A questão do racismo ainda não saiu da cabeça de uma sociedade branca que tem uma ideia fixa de que a supremacia do mundo é branca”, declarou.
Por sua vez, a ministra Anielle Franco enfatizou que 84% dos jovens negros saem das escolas para trabalhar, tornando a segurança e a empregabilidade as principais demandas. O Plano Juventude Negra Viva abrange diversas áreas, desde saúde e segurança até educação e assistência social, visando a redução da violência letal e outras vulnerabilidades sociais.
“Esse é o nosso foco. Quando ouvimos os jovens, as primeiras demandas eram segurança e empregabilidade”, declarou.
Algumas das prioridades do plano incluem o Projeto Nacional de Câmeras Corporais para diminuir a violência policial, a criação do Pronasci Juventude com bolsas de R$ 500 para cursos de capacitação profissional, e a promoção de intercâmbios entre países do sul global. Além disso, serão investidos R$ 6 milhões em intercâmbios de professores e estudantes de licenciatura para África e América Latina.
O Plano Juventude Negra Viva terá duração de 12 anos, sendo renovado a cada quatro anos, e já conta com a adesão de governos estaduais como Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás e Piauí. Com esse lançamento, o governo reforça seu compromisso com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo estrutural no país.
O presidente Lula concluiu incentivando os estudantes a se envolverem na política, vislumbrando a possibilidade de um presidente negro no futuro, que pode surgir entre ele. “Quem sabe no Brasil tenhamos um presidente negro no futuro, que pode ser um de vocês”, disse.
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