Caro professor, cara professora: o Sinpro saúda a todos e a todas neste segundo semestre que se inicia, que terá, como sabemos, as marcas do trabalho intenso, dos desafios imensos e das caminhadas árduas; isso é ser mestre e mestra. No ambiente escolar ou universitário, as situações possíveis são sempre intensas, de modo que quatro meses ou pouco mais resultam em experiências e intensidades que apenas quem leciona pode relatar. Não olvidemos nossa responsabilidade e a grandeza de nosso trabalho: um gesto, uma palavra, uma aula podem criar raízes profundas em corações e mentes deste estudante ou daquele, ou de muitos, de todos, ainda que disso não venhamos a ter conhecimento imediato – pois o espírito tem seu próprio tempo.
E é por saber da grandeza de nosso ofício que o Sinpro preza o respeito e o reconhecimento de todos os setores sociais, políticos e jurídicos. Pela dureza da estrada nessa profissão, por sua importância na construção de uma sociedade é que exigimos sem descanso: nenhum direito a menos, autonomia para mestres e mestras em seu ofício, salários dignos, voz ativa para profissionais da educação e seus alunos.
Colegas!
O discurso da importância do professor para uma nação é repetido inúmeras vezes por vozes na sociedade, mas não esqueçamos que, por sinceras que sejam essas vozes, o número dos que procuram ignorá-las e mesmo calar é significativo; tentam a todo custo nos tornar meros prestadores de serviços, acusam-nos com falácias, submetem-nos à retirada de direitos de trabalhadores que graça em boa parte do mundo, ônus da financeirização monstruosa do capitalismo hodierno. Adoecemos; o fardo pesa.
Porém, a saída justa e correta existe, e é a luta: com redobrados esforços e honesto esperançar, diria Paulo Freire, é que saudamos esse retorno de todos e todas, chamando ao bom combate e à defesa intransigente da democracia e do ensino de qualidade com valorização de nosso trabalho. Mestres e mestras, a essência de professorar é a luta cotidiana: como poderíamos, sendo assim, deixar de lado a luta política (e entendamos aqui política como a arte de negociar as diferenças e de defender direitos!), se somos experientes lutadores? Que obstáculos nos impedem disso, a nós, educadores progressistas, que precisamente ultrapassamos obstáculos a cada dia?
Exija seus direitos, conclame por mais direitos, não haja medo! Some ao seu sindicato, convoque seus colegas, alteie a voz sobre os murmúrios acomodados e sobre os gritos dos inimigos da educação e da democracia!
Cerrar fileiras, colegas, rosto erguido e espírito livre, plenamente sabedores de nossa importância e da necessidade sempre urgente do professorar.
Adiante!
Alexsandro Sgobin é professor e diretor de Educação do Sinpro Campinas e Região