Uma escola localizada na aldeia indígena Tekoá Jataí’ty, no município gaúcho de Viamão, foi a escolhida para receber o material arrecadado pelo Sinpro Campinas e Região por meio da campanha “Doe Livros pela Educação”, realizada entre os meses de junho e julho. O objetivo era arrecadar livros e materiais escolares para instituições de ensino atingidas pelas enchentes que arrasaram o Rio Grande do Sul e deixaram milhares de estudantes sem aulas no primeiro semestre do ano.
A maioria das escolas afetadas registrou perdas materiais incontornáveis, incluindo a destruição de suas bibliotecas. Apenas na rede pública de ensino mais de mil escolas ficaram parcial ou totalmente submersas. Estima-se que cerca de 100 mil livros tiveram que ser descartados.
Segundo Conceição Fornasari, presidente do Sinpro, a escola de Tekoá Jataí’ty foi escolhida por seu simbolismo: “Como não conseguiríamos ajudar a todas as escolas, escolhemos uma que representasse o coletivo. As comunidades indígenas estão entre as mais afetadas – e são também as que menos apoio receberam do governo estadual para se recuperar. Acreditamos na capacidade de superação e na luta dos povos indígenas. O material estará em boas mãos”, disse.
A campanha “Doe Livros pela Educação” arrecadou centenas de livros didáticos e de literatura infanto-juvenil, além de mochilas, cadernos e canetas hidrográficas. As doações partiram principalmente de professores, mas também de pessoas que se envolveram espontaneamente com a rede de solidariedade, como um grupo de senhoras de Santa Bárbara D’Oeste que confeccionou mochilas e roupas de cama para os estudantes. Parte dessas doações foram feitas na clínica Victor Magalhães, um dos postos de arrecadação da campanha.
A aldeia Tekoá Jataí’ty é uma terra indígena guarani situada na Grande Porto Alegre e conhecida como Aldeia do Cantagalo pelos não-indígenas. A área tem sido local de diferentes ocupações guaranis desde muito tempo. Os livros serão enviados pelo Sinpro ainda no mês de setembro, por meio de transporte doado por um apoiador. Todo o material será compartilhado com comunidades indígenas vizinhas, como a Tekoa Pindo Mirim, Tekoa Takua Hovy, Tekoa Kandarai’ty, Tekoa Cacique Mauricio, Tekoa Nhangue tu e Tekoa Karai Nhe Katu.
Foto: Aldeia Tekoá Jataí’ty (Wikipedia)