O Brasil segue na lista de países que menos investem na educação. Segundo o relatório internacional Education at a Glance (EaG) 2024 da Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 2015 e 2021, o investimento do país, da educação básica à superior, caiu em média 2% a cada ano. Entre as outras 40 nações da OCDE, o Brasil está entre os dez que menos direcionam investimentos para este setor.
O índice brasileiro vai na contramão de outros países, onde a destinação de recursos aumentou 2,1% em cada ano. Anualmente, o governo gasta em média R$ 20,5 mil com cada estudante do ensino público. Segundo o relatório da OCDE, esse valor corresponde a um terço dos que países ricos investem.
Luxemburgo, Suíça e Noruega, que lideram o topo dos que mais investem na educação, chegam a gastar em média R$ 140 mil por ano com cada estudante. O Brasil está na 37ª posição da lista.
Para o presidente da CNTE, Heleno Araújo, “a educação pública no Brasil é duramente atacada por uma parte minoritária da sociedade brasileira que concentra renda e não se importam com os pobres em nosso país” afirma.
Os professores brasileiros também são os que apresentam menores remunerações. O salário mínimo recebido dos educadores do Ensino Fundamental no Brasil é 47% menor que a média da OCDE.
Segundo o relatório, enquanto os professores brasileiros trabalham em média 800 horas por ano, em outros países, os trabalhadores registram 706 horas.
Para a reportagem do Jornal Nacional, que foi ao ar no dia 10/9, o Ministério da Educação afirmou que houve uma redução nos gastos com educação entre os anos de 2018 e 2021, e que agora a pasta está conseguindo ampliar o valor do orçamento destinado para a educação.
Segundo Heleno, além dos cortes de verba, no mesmo período, a educação também teve de lidar com ataques em todas as suas etapas. “Em todas as áreas, de 2016 a 2022, tivemos uma ação sistêmica de ataque à educação da creche à pós-graduação”, diz.
“O governo Lula em 2023 e 2024 fez uma recuperação deste investimento em educação, mas ainda são valores insuficientes para garantir o acesso, a permanência e a conclusão dos estudos para todas as pessoas, e aplicar as leis que garantem a valorização dos/as trabalhadores/as em educação”, completa.
Educação Infantil
Quanto à Educação Infantil, os investimentos do Brasil para esta etapa aumentaram. O valor do orçamento público para esta etapa, em relação ao Produto Interno Bruto, aumentou 29% entre 2015 e 2021. Investimento maior que a média da OCDE, que registrou um aumento de 9% no mesmo período.
“A educação infantil tem recebido muita atenção nos últimos anos devido à sua importância, especialmente para crianças de famílias desfavorecidas”, diz o relatório.
Fonte: CNTE