Com a iminente volta às aulas, marcada para o dia 2 de fevereiro em todo o Estado de São Paulo, o Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro Campinas) faz um alerta à comunidade em geral, em especial aos pais de alunos das redes pública e privada: em nosso entendimento, amparado pela ciência e baseado na opinião de especialistas em infectologia, o contexto ainda não oferece a segurança necessária para o retorno às atividades presenciais.

Se é verdade que o avanço da vacinação no País tem colaborado para a redução do número de mortos e infectados pela covid-19, também é fato que parcela expressiva da população, formada por crianças e adolescentes, apenas agora começa a ser vacinada. Logo, não haverá tempo hábil para que se complete a imunização deste público antes do início do ano letivo, colocando em risco não apenas a saúde dos estudantes como dos professores e funcionários das escolas.

Há motivos para vislumbrar o pior cenário, caso o retorno presencial às aulas ocorra no momento em que o sistema de saúde volta a apresentar sinais de esgotamento dos leitos hospitalares, dado o aumento significativo de pessoas infectadas pela nova variante do SARS-CoV-2, a Ômicron, muito mais transmissível do que as anteriores.
Atualmente, no Brasil, cerca de 80% das amostras do coronavírus sequenciadas são da Ômicron. A média móvel de casos já é superior a 50 mil infectados por dia — mesmo patamar de julho de 2021. Se isso não bastasse, um surto de gripe tomou conta da população brasileira: entre dezembro e janeiro, uma nova cepa da Influenza, a H3N2, causou surtos em diversos centros urbanos, incluindo Campinas e região.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) explica que qualquer pessoa infectada pode espalhar o vírus, mesmo que esteja vacinada e não apresente sintomas, e que, apesar de na maioria dos casos provocar sintomas leves, o ômicron pode levar à hospitalização e mesmo ao óbito, sobretudo em quem ainda não se vacinou.

Assim, levando em consideração que: pessoas já imunizadas podem se infectar com a nova cepa e transmití-la a outras; a falta de kits para a testagem adequada da população é uma realidade; e protocolos de segurança não serão exigidos pelo governo estadual no ambiente escolar, o Sinpro Campinas se posiciona contrário à volta às aulas nos moldes presenciais e faz um alerta: o retorno às pressas, no momento em que as infecções por covid-19 praticamente dobraram em relação ao mês anterior, poderá causar o afastamento em série de professores e funcionários das escolas.

Não se trata apenas do prejuízo causado ao planejamento das instituições de ensino e destes profissionais, mas do risco causado à integridade física da coletividade, especialmente das crianças e dos adolescentes que, em sua maioria, não estão vacinadas e, portanto, mais suscetíveis a adquirir e a transmitir o vírus. Para o Sinpro Campinas, a vida estará sempre acima de quaisquer outros interesses.

Campinas, 18 de janeiro de 2021

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