O termo “fascismo” voltou a ser muito utilizado no Brasil desde que Bolsonaro foi eleito para a Presidência da República, em 2018. Muita gente, no entanto, não sabe o que isso significa. A ignorância sobre o fascismo e o que representa uma ameaça fascista à vida social é consequência de vários fatores, entre eles o déficit educacional da população e o silêncio de grande parte da mídia a respeito do tema.
O fascismo, de modo simplificado, é uma filosofia política e um regime autoritário que promove o nacionalismo como valor máximo e geralmente se vale do tripé “Deus, Pátria e Família” para dividir a sociedade em grupos: de um lado, os cidadãos de bem, patriotas e conservadores; de outro, os traidores, comunistas e criminosos. Trata-se de um movimento de massas verificado em vários países ao longo dos séculos XX e XXI.
O fascismo surgiu na Itália logo após a Primeira Guerra Mundial, pelas mãos do ditador Benito Mussolini, e teria dado origem ao nazismo, ideologia criada por Adolf Hitler na Alemanha. A junção das duas filosofias autocráticas é chamada de “nazifascismo”. Sob estes regimes, milhões de pessoas foram perseguidas, torturadas e assassinadas pelo simples fato de serem identificadas como “traidoras da pátria” ou empecilhos para a construção de uma sociedade soberana (judeus, comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes físicos, etc.).
No Brasil, embora haja certo pudor, por parte das instituições, de classificar o governo Bolsonaro como “nazifascista”, muitas das ações perpetradas pelo presidente ou levadas adiante pela militância bolsonarista podem ser consideradas dessa forma.
Sabedoras do mal que regimes autoritários trazem consigo, podendo conduzir sociedades antes amistosas a extermínios em massa de seus próprios cidadãos, entidades democráticas alertam sobre a necessidade de barrar o avanço do nazismo e do fascismo enquanto há tempo.
Nesse sentido, o Sinpro Campinas e Região irá indicar filmes, sempre às sextas-feiras, para quem quiser conhecer ou se aprofundar no universo dessas ideologias criminosas e, assim, identificar seus sinais e denunciá-los. São documentários e filmes de ficção disponíveis nas plataformas de streaming ou em DVD.
O primeiro deles é “A Onda”, do diretor Dennis Gansel. Esse filme alemão, de 2008, é talvez o mais didático para os jovens entenderem de forma simples e prática o que significa o fascismo.
A história, baseada em caso real, se passa em uma escola da Alemanha, onde alunos têm de escolher entre duas disciplinas eletivas: uma sobre anarquia e outra sobre autocracia. O professor Rainer Wenger (Jürgen Vogel) é colocado para dar aulas sobre autocracia, mesmo contra sua vontade. Para exemplificar como funciona o fascismo, ele induz os estudantes a criarem um grupo com esta orientação dentro da sala de aula e os orienta sobre como fazê-lo. Logo, os jovens dão o nome de “A Onda” ao grupo, nomeando um líder e criando slogan, uniforme e saudação. Porém, o que era para ser apenas uma “brincadeira educativa” foge do controle da escola e o movimento se espalha pela cidade. Quando o fanatismo e a violência explodem entre a juventude, o professor Wenger tenta acabar com “A Onda”, mas é tarde demais.
Assista aqui na íntegra (versão legendada):
https://www.youtube.com/watch?v=qQlI8tveMQc
Na próxima sexta, daremos mais uma dica de filme.