Na tarde da última quinta-feira (16), o ministro da Previdência Carlos Lupi visitou a sede nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em São Paulo, para conversar com dirigentes sindicais e ouvir as reivindicações de várias categorias – entre elas a dos professores.

Pelo Sinpro Campinas e Região estiveram presentes Paulo Nobre, diretor de Relações Intersindicais, e Ricardo Escobar, diretor de Convênios e Saúde. Ambos representaram o diretor do departamento de Previdência, Valdemir Goli, que justificou a ausência.

Lupi recebeu um documento com as principais pautas da CTB para o setor previdenciário, como a criação de um esquema de mutirão para acabar com a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), estimada hoje em 1,7 milhão de pessoas, e a retomada do coeficiente de 100% para o benefício de pensão por morte.

Em sua fala, Paulo Nobre destacou este último ponto como sendo uma das principais preocupações do Sindicato quando o assunto é previdência social. “Devido aos altos índices de desemprego no país, muito aposentados e pensionistas são a única fonte de renda da família. O que nos preocupa é saber que, com a reforma desastrosa que foi feita no setor, muitas viúvas de aposentados passaram a receber 40% a menos do valor que recebiam de pensão. E, se ela não tem filhos ou é aposentada, a redução é ainda maior, o que compromete a sua renda”.

Segundo o diretor do Sinpro, Carlos Lupi afirmou que, sozinho, não tem força junto ao Congresso Nacional para derrubar a reforma previdenciária, mas que “conta com o apoio do presidente Lula” e fará o possível para “reverter essa situação com o apoio do movimento sindical”. Lupi disse ainda que, quando foi ministro do Trabalho, não tomou nenhuma medida que prejudicasse os trabalhadores e que, por isso, “não vou prejudicar agora”.

O ministro lembrou também que o valor despendido com aposentados foi de R$ 86 bilhões no ano passado – mesmo valor gasto com o pagamento dos juros da dívida externa. “Temos que fazer uma opção: ficar ao lado dos 43 milhões de brasileiros que dependem da previdência ou de meia dúzia de banqueiros”, declarou.

Na mesma linha, Paulo Nobre citou em seu discurso que, para isso, é preciso acabar com aposentadorias abusivas, como a concedida às filhas de militares. “É uma excrescência. Enquanto muitos trabalhadores lutam a vida toda para se aposentar dignamente, filhas de militares continuam recebendo gordas pensões e nunca se casam para não perder o benefício. Temos que rever muita coisa em uma nova reforma”, concluiu.  

 

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