ARTIGO: Da violência nas escolas

Colegas professoras, colegas professores: assunto urgente, os casos de violência nas escolas não podem ser estudados e muito menos “respondidos” superficialmente, como querem alguns partidários de movimentos e ideologias extremistas como a famigerada “escola cívico-militar”, para citar apenas um exemplo. Famílias desestruturadas, pobreza, bullying, influência de redes sociais, o ambiente tenso da escola, as punições aplicadas a alunos (nem sempre justas, assumamos nossos erros!), a desvalorização do docente, entre outras causas que por si sós demandam estudos profundos, podem colaborar para atos de agressão e mesmo ataques letais como vimos desde 2002 nesse país.

Que fazer?

Colegas professoras, colegas professores, muitas vezes o Estado falha, as diversas vertentes políticas, ansiosas por encampar a escola, falham aqui e ali em sua tratativa com o personagem principal da escola, o estudante. Nós, docentes, a comunidade escolar, também temos nossas falhas, posto que tudo isso é humano. O que combatemos sem pejo, neste caso, é o fato de amiúde ouvirmos “sábios” expectorando “soluções” para a escola sem a menor experiência no magistério, passando a frente de docentes experientes e educadores que estudam a fundo a área. Lembremos apenas de uma caso, o de vozes advindas da extrema-direita ofertando respostas como armar a população, a militarização das escolas…

Embora a sociedade deva participar do debate sobre a educação e a escola, dizemos com plena consciência nosso “basta!” às vozes extremistas que se julgam aptas a julgar nosso trabalho e as políticas que cruzam, quer se queira, quer não, as entranhas de uma escola, da Diretoria a menor sala de aula, propondo “salvações” que carreiam consigo não diálogo e acordo, mas violência para combater…a violência!

Basta: nós, profissionais da educação, as estudantes e os estudantes, a comunidade escolar que frequenta o espaço escolar devem  ser ouvidos em primeiro lugar, devem participar da elaboração de políticas e ações efetivas que possam coibir a onda de ataques a escolas, e construir bases sólidas para que não mais se repitam. Isso significa, também, nosso dever em nos fazer ser ouvidos, nosso dever de participação, nosso papel de vanguarda.

Não nos omitamos nesse papel, é um chamamento que nos faz, que deveria fazer, nossa consciência; sim, nossa carga já é suficientemente pesada, mas trata-se das nossas vidas e das vidas de nossas alunas e alunos.

O Sinpro se engaja sem trégua nessa luta; forme conosco!

Alexsandro Sgobin é professor e diretor do Sinpro Campinas e Região

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