A Contee, que compõe, no âmbito do MEC (Ministério da Educação), o GT (grupo de trabalho) de Proteção e Segurança no Ambiente Escolar, se une às vozes que cobram a urgência de política de desarmamento para enfrentar a onda de violência contra escolas no Brasil.

A mais recente, ocorrida nesta segunda-feira (19), foi o trágico assassinato de adolescente de 16 anos na Escola Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Norte do Paraná. A jovem foi morta a tiros dentro das dependências da instituição de ensino, onde outro estudante também foi gravemente ferido e está hospitalizado em estado gravíssimo.

Na imprensa, ao longo do dia, repercutiram diferentes versões para o homicídio. Alguns veículos divulgaram que a vítima fatal seria ex-namorada do atirador, que também atacou atual namorado. O delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro, afirmou que o assassino, de 21 anos, é ex-aluno da escola e planejou o atentado nos últimos meses como vingança por ter sofrido bullying na unidade escolar até 2014.

Ambas as versões escamoteiam cenário perverso em que a escola foi eleita, se não diretamente como inimiga — como ocorreu em casos anteriores —, como espaço de violência. O assassinato desta segunda-feira indica que o feminicídio pode atingir também o espaço escolar. E o bullying, que era a motivação psicológica geralmente procurada em episódios anteriores, não dá mais conta de explicar o aumento alarmante de ataques ao e dentro do espaço escolar.

A cultura armamentista disseminada pelo governo Bolsonaro contribui para isso. O aumento exponencial de armas de fogo em circulação (eram 140.073 armas em circulação regular no País em 2019, contra 393.136 em 2021, apenas 2 anos depois) é diretamente proporcional ao crescimento no número de atentados.

Por isso, uma das exigências discutidas e defendidas pelo GT Proteção e Segurança no Ambiente Escolar é que o governo federal e o Congresso Nacional se dediquem à formulação de políticas públicas contundentes, entre as quais a retomada e/ou reformulação do Estatuto do Desarmamento, de modo a pôr fim à facilidade de acesso a armas de fogo.

Aos familiares e amigos dos estudantes atingidos em Cambé, bem como à comunidade escolar da E.E. Professora Helena Kolody, a Contee apresenta toda nossa solidariedade e consternação contra este ato de terror e violência.

Contee debate hoje se violência escolar é fenômeno isolado

“Violência escolar: fenômeno isolado?” É isso o que a Contee Conta hoje, segunda-feira (26), diante de mais dois assasinatos ocorridos dentro do ambiente escolar.

O programa, transmitido ao vivo pela TV Contee (tv.contee.org.br), terá a participação de Yann Evanovick, coordenador executivo do GT (grupo de trabalho) para Enfrentamento e Prevenção às Violências nas Escolas e Universidades. O GT, do qual a Contee faz parte, foi instuído no âmbito da Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), no MEC (Ministério da Educação).

O Contee Conta, conduzido pelo coordenador-geral da Confederação, Gilson Reis, e pela jornalista Táscia Souza, vai ao ar ao vivo na segunda-feira, a partir de 17h. Não perca!

 

 

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