Mesmo sendo surpreendido com a transferência da participação do Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, na audiência com lideranças sindicais de todo o país, o Fórum Sindical Ampliado (FSA) se reuniu em audiência remota na noite da última quinta-feira (22/06). A ausência do Ministro foi justificada pelo Deputado Federal Pedro Uczai (PT-SC), o qual anunciou que Marinho precisou reagendar o encontro com as lideranças sindicalistas para o dia 6 de julho, das 18 horas às 20 horas.
Atualmente, mais de 900 entidades sindicais juntas, representam os interesses de mais de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras para uma contrarreforma trabalhista a fim de restabelecer os direitos da classe, surrupiados pela Reforma de 2017. Das entidades que participaram da reunião contabiliza-se: 750 Sindicatos (11.184.398 de trabalhadores na base), 98 Federações (11.492.989); 9 Confederações (16.300.980); demais formas de associações, universidades e outros tipos de entidades (2.150.704).
Dando início à reunião o Deputado Federal Pedro Uczai (PT-SC), membro da Frente Parlamentar de Participação Social, reiterou a importância de o movimento sindical se manter mobilizado buscando a alteração da legislação trabalhista e sindical do país. Uczai teceu críticas àquele que taxou como uma ‘reforma de destruição’ dos direitos dos trabalhadores e das organizações sindicais, bem como a fragilização da Justiça do Trabalho, ao se referir à Reforma Trabalhista de 2017.
Para ele, agora o movimento sindical deve estabelecer um diálogo com o Governo e o Congresso Nacional uma vez que entende que a participação das lideranças sindicais é fundamental e estratégia para fazer a melhor Lei, capaz de fortalecer o instrumento da luta dos trabalhadores que é o movimento sindical. “Nosso compromisso com este lado da história é defender os direitos dos trabalhadores, da justiça do trabalho e das organizações sindicais”, asseverou.
O Deputado também destacou a importância de se produzir um documento que possa servir de baliza para subsidiar uma proposta legislativa. “Vamos construir coletivamente uma grande maioria para fazer mudanças na legislação, de modo a dar mais empoderamento ao sindicalismo brasileiro. Esse é mais um passo no rumo para que os trabalhadores sejam respeitados neste país. Que a luta sindical seja reconhecida e respeitada”, finalizou.
Diante a ausência do Ministro, os responsáveis do FSA entendem que esses próximos 15 dias se constituem em uma oportunidade para os dirigentes sindicais buscarem a adesão de outras entidades, a fim de demonstrar ao Governo Federal a unidade e a unicidade da classe trabalhadora na luta pelo reequilíbrio das forças entre o capital e o trabalho.
“Vamos nos manter mobilizados para que mais lideranças se juntem à nossa proposta de modo que possamos salvar o movimento sindical, a justiça do trabalho e os direitos de todos os trabalhadores”, assinala Idemar Antonio Martini, Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC).
Conforme Martini, a audiência, mesmo sem a presença do Ministro, fortaleceu o movimento sindical brasileiro e se constituiu em um marco para revigorar as forças da classe trabalhadora para voltar à luta para garantir os seus direitos conquistados por séculos com muita lutas, sangue e mortes. “Nosso maior desafio é unificar as bases e não excluir! Precisamos manter a unicidade sindical e as propostas que apresentamos nesses documentos foram elaboradas por técnicos de diferentes segmentos, que entendem da vida e do dia a dia da classe trabalhadora”, complementa.
CONTRARREFORMA – Na oportunidade, o Desembargador do TRT-4, Dr. Marcelo D´Ambroso, apresentou as principais propostas construídas pelo movimento sindical e que já foram protocoladas pelo FSA no Ministério do Trabalho e Emprego em forma de minutas de uma Medida Provisória (MP) e de um Projeto de Lei (PL), por meio dos quais se visa resgatar as condições dignas da classe trabalhadora e fortalecer a democracia. Após, lideranças sindicais se manifestaram em apoio às propostas do Fórum Sindical Ampliado, destacando a importância de se investir em atividades de congraçamento da classe trabalhadora, de modo a revigorar as forças e se manter na luta coletiva pela classe trabalhadora.
Caso não tenha participado você pode assistir a audiência acessando: https://www.youtube.com/watch?v=R6bJBK0HACA