A Câmara dos Deputados aprovou ontem (20), o texto-base do PL 5230/23 que redefine a Política Nacional do Ensino Médio. Os deputados analisaram e rejeitaram todos os destaques apresentados pelos partidos sobre o texto. Agora, o projeto será apreciado pelo Senado.
O projeto é de autoria do deputado federal Mendonça Filho (União-PE), que era o ministro da Educação durante a gestão do ex-presidente Michel Temer. Dentre as principais alterações ao que havia sido estabelecido na reforma de 2017 está a composição da carga horária dos estudantes.
Mantendo as 3 mil horas de ensino ao longo do ensino médio, o projeto aumenta a porcentagem destinada aos componentes obrigatórios. Sendo assim:
A formação geral básica será de 2.400 horas para estudantes do curso regular somadas a 600 horas destinadas aos itinerários formativos. O relator também acolheu emendas e alterou a carga horária dos componentes obrigatórios para os estudantes que optarem pelo ensino técnico. No texto original do projeto, a carga das disciplinas obrigatórias era de 1.800 horas para alunos do ensino técnico, mas passou para 2.100.
Mendonça Filho, porém, abriu um parêntese para a possibilidade de uma “intersecção” entre curso técnico e de formação geral, quando houver necessidade de expandir as horas destinadas ao ensino técnico. “Teríamos que compatibilizar parte da formação geral básica com a formação técnica, numa interseção e numa conciliação permitindo que esses cursos permaneçam sendo ofertados”, disse durante a apresentação da emenda.
Itinerários a serem aprofundados
Nas horas destinadas aos itinerários formativos, o estudante irá escolher entre essas quatro áreas para se aprofundar:
Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias;
Ciências da natureza e suas tecnologias;
Ciências humanas e sociais aplicadas.
Um dos pontos de maior descontentamento por parte do governo foi a retirada da língua espanhola como obrigatória. O texto-base considera que, agora, as secretarias estaduais poderão definir se o espanhol será incluído como língua preferencial.
O ministro da Educação, Camilo Santana, acompanhou a votação da proposta e disse que o diálogo garantiu o retorno das 2.400 horas de formação geral básica, a essência do projeto, segundo ele. “Garantimos a formação geral básica boa, retomando a carga horária, e também garantimos o ensino técnico profissionalizante, que é o que queremos avançar no Brasil”, disse.
Ele afirmou que, durante a consulta pública feita pelo Ministério da Educação em 2023, 80% dos estudantes defenderam o ensino técnico profissionalizante integrado com o ensino médio.
Fonte: Agência Câmara de Notícias / Terra