Idemar Antônio Martini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Santa Catarina (FETIESC), anunciou, em entrevista exclusiva ao jornal Hora do Povo, a convocação pelo Fórum Sindical Ampliado (FSA), de um mega encontro virtual de entidades sindicais com a participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. “A data foi sugerida pelo próprio ministro. A nossa meta é superar a barreira de mil sindicatos”, afirmou. “Pretendemos com apoio do Marinho, de senadores e deputados, exercer uma legítima pressão para sensibilizar o presidente Lula a revogar, o mais urgente possível, as reformas contra os direitos dos trabalhadores e a organização sindical”, esclareceu Martini.

“O neoliberalismo é a política econômica do fascismo”. Para Martini, a reforma trabalhista foi um golpe contra “um dos pilares essenciais da democracia brasileira: os sindicatos, que são a alma da negociação coletiva entre patrões e trabalhadores; e a Justiça Trabalhista. Temer, ao decretar que a contribuição sindical de um dia de trabalho não era mais obrigatória, asfixiou, quase até a morte, milhares de sindicatos. A arrecadação em 2017, ano da reforma, era de 3 bilhões de reais, e hoje é de 53,6 milhões de reais. O empresariado arrecadou pelo Sistema S, no ano passado, mais de 27 bilhões de reais. O sistema financia as atividades sindicais do empresariado”.

Para Martini, “Temer e Bolsonaro prepararam o terreno para aproximar o máximo o trabalhador, da informalidade”. Deu como exemplo o fato de que deixou de ser obrigatória a presença do sindicato nas negociações. “A negociação individual prevalecer à negociação coletiva e o negociado estar acima do legislado. Além disso, criaram obstáculos quase intransponíveis de acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, além de fecharem o Ministério do Trabalho”.

“A homologação do trabalhador demitido no sindicato, para evitar que seja lesado, deixou de ser obrigatória, dissídio na Justiça só por consenso das partes (ou seja nunca), o fim da ultratividade, que garante a validade do acordo anterior, enquanto não se chega a um novo acordo”

“Na reforma não faltaram os requintes de crueldade”, observou o dirigente sindical. A terceirização total, o trabalho intermitente, que o trabalhador fica à disposição do patrão, mas só ganha pelo que trabalhou, a mulher grávida que pode trabalhar em local insalubre, desde que com liberação do médico da empresa, meia hora de almoço, jornada de doze horas, para citar alguns”.

“Nessa hora é pecado mortal a falta de foco. Vamos recuperar nossos direitos com mobilização, na rua, no Congresso, em audiências públicas. Estamos decididos a que nos ouçam. Dia seis, a meta é bater as mil entidades, e não iremos parar aí”, garantiu.

“Nosso movimento vem crescendo aceleradamente, abrindo um imenso espaço na defesa dos direitos e da estrutura sindical. E ainda tem muito espaço a ser ocupado”, avalia.

Segundo o dirigente sindical, o FSA tem insistido na presença do Ministro do Trabalho nas discussões. Em oficio, o Fórum diz que “por três vezes tentamos agendar uma audiência com Vossa Excelência com o propósito de lhe apresentar as minutas de um Projeto de Lei, construído nas bases….”, “todas reagendadas em datas propostas pelo Ministério e pelo mesmo suspensas sem tempo de desmobilizá-las, inclusive a última, do dia 22 de junho, com mais de 600 entidades”, informou.

Martini disse que “só podemos imaginar os motivos, talvez a pressão de quem preferiu mudar de assunto ou tirar proveito da desordem bolsonarista”.

O sindicalista defendeu que as medidas mais imediatas sejam revogadas por Projetos de Lei. “Não vai dar para revogar tudo, revoga-se o principal e continuamos a luta pelo restante”, concluiu

Com informações do Hora do Povo

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